TUDO SOBRE MEIO AMBIENTE
Onda de poluição nas praias
Orla carioca tem 61% das areias contaminadas e quase metade da água imprópria
Publicado no dia 06/05/2018
Nos mais de 80 quilômetros de praias na cidade do Rio, uma triste realidade demonstra o total descaso com a natureza. Por dia, mais de 120 toneladas de lixo são recolhidas das areias cariocas, o que representa apenas uma parte do cenário de poluição. Despejo irregular de esgoto, por falta de saneamento básico, e vazamento de óleo contribuem para o que, atualmente, é o retrato da orla. E o saldo é preocupante: na primeira quinzena de abril, 61% das areias das praias do Rio foram classificadas como não recomendadas, a última escala de quatro níveis, por conta sujeira.
Nas águas a mesma poluição se repete. No mês passado, 49% das praias estavam impróprias para o banho por conta da quantidade de coliformes fecais, segundo levantamento do Inea. Uma delas é a Pitangueiras, na Ilha do Governador, que, no dia 28 de abril, foi cenário da mortandade de 6,4 toneladas de sardinhas. Para limpeza, a Comlurb empregou 16 garis, com apoio de um caminhão compactador e um poliguindaste.
"Em geral, a mortandade de peixe é poluição, vazamento de óleo e pode ser também pesca de arrasto (com rede)", destacou Sérgio Ricardo, ecologista, gestor ambiental e membro fundador do movimento Baía Viva. No mesmo dia da mortes das sardinhas, integrantes do Baía Viva fizeram uma ação de mobilização pela conservação das praias na Pitangueiras. O ato, chamado SOS Praias, tem calendário intenso e os próximos eventos estão sendo planejados para o Leme e Paquetá.
No último monitoramento da qualidade das areias, de 1 a 15 de abril, feito pela Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente, apenas duas praias Barra de Guaratiba e Grumari foram classificadas como ótimas. Segundo a pasta, a areia não recomendada é estabelecida principalmente pela presença de lixo, que só aos domingos, são 195 toneladas de resíduos recolhidos em toda orla. A orientação nesses casos é para não sentar ou deitar diretamente na areia e, se tiver ferimentos, deve ser feito curativo.
No último monitoramento da qualidade das areias, de 1 a 15 de abril, feito pela Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente, apenas duas praias Barra de Guaratiba e Grumari foram classificadas como ótimas. Segundo a pasta, a areia não recomendada é estabelecida principalmente pela presença de lixo, que só aos domingos, são 195 toneladas de resíduos recolhidos em toda orla. A orientação nesses casos é para não sentar ou deitar diretamente na areia e, se tiver ferimentos, deve ser feito curativo.
De acordo com Sérgio Ricardo, a poluição no litoral gera impactos irreversíveis. "Tem a redução da atividade pesqueira e a extinção de espécies marinhas, graves problemas de saúde pública e a perda de empregos e de receitas pelas cidades que dependem da cadeia produtiva do turismo".
O biólogo indica quatro pontos para reverter a poluição nas praias: sinalização ecológica com placas sobre as condições de balneabilidade; conclusão das obras dos troncos coletores de esgoto, parada há 23 anos; implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico e participação das universidades no monitoramento independente da qualidade das águas e areias.
Sustentabilidade com a mão na massa
Rio vai receber centenas de atividades sobre o meio ambiente em mais de 80 lugares
publicado no dia 17/05/2018
Rio - Nada melhor do que promover a sustentabilidade colocando a mão na massa. É com esse propósito que o Rio de Janeiro será palco, por quatro dias no início de junho, de uma programação especial gratuita sobre o meio ambiente. A Virada Sustentável, com objetivo de aumentar o engajamento da sociedade para a causa, terá atrações culturais, apresentações musicais, atividades infantis, oficinas, rodas de conversa, além de onze painéis de debate.
Os eventos serão realizados simultaneamente em mais de 80 lugares do Rio. A estreia será dia 7 de junho, com a Regata Ecológica, que fará um mutirão de limpeza na Baía de Guanabara. A ação vai ser coordenada pelo Instituto Rumo Náutico, da família Grael, em Niterói. No mesmo dia, terá um painel sobre 'Igualdade Social', 'Segurança Pública' e 'Mobilidade Urbana' no Museu de Arte do Rio.
Pela Zona Norte, a Virada estará presente com apresentações artísticas, oficinas e rodas de conversa. Na Casa Anitcha, no Grajaú, por exemplo, no dia 9 de junho terão diversas aulas, como a de ecotampas (artesanato com reaproveitamento de tampinhas) e de criação de composteiras. A Casa Gaia, no Méier, será palco de várias palestras. Uma delas sobre gestão de resíduos sólidos no Brasil. O Parque Madureira vai receber o projeto associado 'Corpos (in)visíveis', de exposição fotográfica, com diversas atividades de arte e de conhecimento.
Na Zona Sul, o destaque vai para o Parque das Figueiras, na Lagoa, que será ocupado com eventos desde feira de artesanato até apresentações musicais e atrações infantis, como a recicloteca. Nos Arcos da Lapa será montado um palco que vai receber shows durante a noite. No sábado, dia 9, terá o mutirão Olho D'água para limpeza da horta urbana, além de roda de conversa sobre a importância desse tipo de agricultura nas cidades.
Também terá evento nas unidades do Sesc no interior do Rio, em Niterói e São Gonçalo, com oficinas de reaproveitamento e exposições.
"Escolhemos a semana do Meio Ambiente (o dia mundial é comemorado em 5 de junho) para fazer a Virada no Rio e não é por acaso. A cidade reúne todos os aspectos de sustentabilidade, com a maior floresta urbana, todos os tipos de água (...) e também os desafios, como a desigualdade social", destacou o coordenador-geral do evento, Renato Saraiva. A Virada é definida com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que reúne objetivos como saúde e bem-estar, saneamento, energia limpa e consumo responsável.
PROGRAMAÇÃO
Confira os destaques do evento e saiba mais no www.viradasustentavel.org.br:
7 DE JUNHO
Regata ecológica: mutirão de limpeza na Baía Guanabara, em Niterói
8 DE JUNHO
Museu de Arte do Rio (Centro): painéis 'Parcerias para a Sustentabilidade', 'Águas', 'Novas Economias' e 'Economia Circular'
Morro da Urca (Bondinho): seminários e curta-metragens da Semana do Meio Ambiente da Unirio
Arcos da Lapa: AfroJazz, às 18h, Baque Mulher, às 19h e Pop Banana, às 19h40
Casa Gaia (Méier): doação, troca e plantio de mudas e exposição
9 DE JUNHO
Parque das Figueiras (Lagoa): Feira Colmeia com contação e história para crianças, roda de conversa sobre as águas do Rio e Recicloteca
Paróquia São José da Lagoa: Feira orgânica e oficinas
10 DE JUNHO
Casa Anitcha (Grajaú): Meditação, feira de troca-troca e oficina de clorofila
Casa Naara (Centro): Roda de conversa sobre veganismo e sustentabilidade

Comlurb realiza coleta seletiva uma vez por semana no Rio
Materiais recicláveis são levados para cooperativas e centrais de triagem e geram renda para catadores e empresas
Publicado no dia 13/05/2018
Rio - Qualquer um pode contribuir com a reciclagem do papel, além de trocar seus documentos de celulose por digitais. Na cidade do Rio, a Comlurb realiza a coleta seletiva uma vez por semana. O morador precisa colocar os materiais recicláveis em sacos plásticos transparentes e separado do lixo orgânico no dia e horário programado pela companhia.
O caminhão de coleta seletiva leva os recicláveis para cooperativas e centrais de triagem, onde catadores classificam os produtos por tipos e vendem às empresas recicladoras, que utilizam como matéria-prima para produção de novos produtos. Além do papel (jornais, revistas, folhas de caderno, caixas e envelopes) a Comlurb também recolhe para coleta seletiva o plástico, metal e vidro. Papel carbono, celofane e fax, etiquetas, guardanapos, fotos, papel sanitário, metalizado, parafinado ou plástico não são recicláveis.

A maior parte dos papéis, cerca de 95%, é feita a partir do tronco de árvores cultivadas. No Brasil o eucalipto é a espécie mais utilizada, por seu rápido crescimento, atingindo em torno de 30 metros de altura em sete anos.
Quantos canudos plásticos você já usou em sua vida?
Nos Estados Unidos, são 500 milhões por dia.
Mas quem paga essa conta é a natureza.
A vida útil de um canudo é de, em média, quatro minutos – tempo suficiente para você terminar sua bebida.
Só que, feitos normalmente de polipropileno ou poliestireno, materiais que não são biodegradáveis, eles demoram até 200 anos para se decompor. Pior: quando descartados, se desintegram em pequenas partículas, que chegam aos oceanos e acabam engolidas pelos animais.
Um vídeo de biólogos retirando um canudo de dentro da narina de uma tartaruga marinha na Costa Rica talvez seja o símbolo máximo do prejuízo desse pequeno objeto para o ecossistema.
Agora, o mundo declarou guerra ao canudo de plástico. No Brasil, o município do Rio de Janeiro pode se tornar a primeira cidade brasileira a proibir seu uso. A lei ainda precisa ser aprovada pelo prefeito Marcelo Crivella. Quem descumpri-la, poderá pagar multa de até R$ 3 mil, valor que pode ser multiplicado em caso de reicidência.
Iniciativa semelhante tramita na Câmara Municipal de São Paulo. O projeto, de autoria do vereador Reginaldo Tripoli (PV), também busca banir o uso do canudo plástico dos estabelecimentos comerciais da cidade.
Em meio à busca por alternativas ao plástico, outras opções já vêm sendo usadas, como canudos de metal, de vidro e até comestíveis.
Na Espanha, por exemplo, um grupo de amigos criou um canudo comestível, biodegradável e reciclável. Feito de açúcar, gelatina bovina e amido de milho, o Sorbos pode vir aromatizado em sete sabores diferentes (limão, lima, morango, canela, maçã verde, chocolate e gengibre) mas, segundo seus inventores, não altera o gosto da bebida.
Respondendo por 4% de todo o lixo plástico encontrado no mundo, os canudos ainda representam um desafio.
Segundo dados da ONG Ocean Conservancy, sediada nos Estados Unidos, foi o 7º item mais coletado nos oceanos em todo o mundo no ano passado.
O biólogo Cláudio Gonçalves Tiago, professor do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo (USP), chama atenção para a necessidade de educar a população para o uso do plástico.
"O plástico revolucionou a humanidade e nos permitiu um avanço considerável de desenvolvimento. Não devemos vilanizá-lo. O problema é o destino que damos ao plástico. Não adianta nada proibir determinado objeto, se a população não tem alternativas. O caminho para um mundo com menos plástico vai se dar por educação, não por proibição. Precisamos ensinar as pessoas como descartar esses objetos e pressionar por novas tecnologias biodegradáveis", diz.
Coletivo promove cursos e mantém plantação no Arcos da Lapa
Aulas são de agricultura urbana e são dadas por quatro pessoas de profissões distintas
O lema é quebra de paradigma. É com esse objetivo que quatro pessoas, de profissões distintas, tocam um projeto de agricultura urbana que já é sucesso na Lapa. O Canto das Flores, na Fundição Progresso, promove atividades e várias oficinas para levar uma solução colaborativa, de forma criativa e sustentável, para a produção de plantas, além de reconhecer e exaltar o agricultor.
Formado pela estudante Alice Worcman, o artista plástico Daniel Gabrielle, o advogado Ricardo Antônio e a engenheira ambiental Diana Grimmer, o Coletivo Organicidade, além de capacitar, reúne estudos sobre as plantas de vários tipos, como as medicinais, exóticas e as alimentícias não convencionais, chamadas PANCs. "Queremos promover a biodiversidade e multiplicar a importância dessas plantas. Só as PANCs são mais de 30 mil espécies e é um tipo que está caindo em desuso porque as pessoas não têm o conhecimento sobre elas e não valorizam", destacou Alice. Um tipo de PANC é o ora-pro-nobis, que é rica em proteína.
O Canto das Flores possui atualmente cerca de 154 espécies vegetais identificadas. Da plantação, 45% é medicinal. "Se alguém chega lá com dor de cabeça, colhemos a erva (para fazer remédio) na hora", disse Alice. A colheita do que está na época é feita toda segunda-feira e levada para o mercado da Fundição, onde é comercializado. O jardim possui espécies oriundas de todos os continentes, sendo 23,3% da América do Sul, 14,9% da África e 13,6 % da Ásia.

Nos Arcos da Lapa, bem em frente à Fundição, cresce um verde que muitos cariocas nem imaginam a origem. A plantação diversa, incluindo bananeiras, tem vida hoje graças ao olho d'água que restou da Lagoa do Boqueirão, do período colonial, quando o Passeio Público tinha um lago que desaguava no mar.
O Organicidade também é responsável pela manutenção desse verde e promove ação de manejo no local todo mês com voluntários. A data do próximo, em maio, ainda será marcada.
O mutirão de plantação do Olho D'água foi em outubro de 2016. Na época, foram necessários três caminhões com matéria orgânica para o adubo. "Observamos durante muito tempo antes de planejar fazer uma intervenção desse tamanho em plena área central da cidade. Na semana que iríamos plantar, a Cedae fez uma limpeza na área e destruiu a parte em que a água brotava da terra. Mas como ali o solo é muito úmido, fizemos o plantio", explicou Alice.
OFICINAL DE VÁRIOS TEMAS
De reciclagem de papel à agricultura sintrópica que trabalha em equilíbrio com as espécies nativas, as oficinas do Organicidade no Cantos das Flores têm temas variados. No dia 19, o coletivo vai promover curso sobre horta funcional. Na semana seguinte, dia 26, será a vez da aula sobre as PANCs.
Para participar de qualquer oficina é preciso fazer a inscrição com antecedência. Os temas são divulgados previamente na página do coletivo: www.facebook.com/organicidade. O valor das aulas varia de acordo com o tema.
FONTE:
https://odia.ig.com.br/colunas/vida-e-meio-ambiente/2018/04/5535356-mais-verde-no-cenario-urbano.html#foto=1




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